
DECISÃO, ô palavrinha complicada, aliás, como palavra ela é muito simples, segundo o dicionário ela significa “ato ou efeito de decidir”, até aí tudo bem.
Agora, vamos falar a verdade, todos nós já tivemos que tomar decisões urgentes, complicadas, sentenças imediatas, que nos fizeram cair sobre um chão tão duro e frio como nunca imaginamos sentir sob nossos corpos, né??
Pois é, decisão é uma palavra sem vergonha, sem timidez alguma e inclusive, ela deixa claro que não quer nenhum pouco de sentimento, ela quer objetividade e racionalidade, isso mostra que, além de tudo ela ainda é CRUEL. E o que é pior (ou seria o melhor) ela tem um senso de organização tão grande e um bom senso maior ainda que a faz chegar perto de nós na hora certa (nós nem sempre achamos que a hora é certa, aliás, na maioria das vezes EU acho que ela chega na hora errada). Ela está o tempo todo ao nosso redor, o tempo todo a nos questionar, a nos pedir ‘pense/decida’, ou melhor, ‘pense pouco e decida rápido’.
Mas é aí que vem a complicação, somos seres humanos, temos uma tendência forte ao subjetivo, ao sentimentalismo (digo isso, inclusive para os que se descrevem como seres altamente racionais), é nosso, o fato de sentir antes mesmo das coisas acontecerem, de pré deduzir uma ação e uma atitude, e só pra concluir ainda o drama, pré deduzir uma reação, e, sendo assim, decidir, em alguns momentos (quase todos) se torna um dilema cruel, indelicado e agressivo. É natural a gente fugir de algumas decisões por algum tempo, assim como fugimos de certas coisas que podem nos ferir, todos nós temos um mecanismo de defesa, isso é fisiológico, faz parte de todos os seres vivos, fugir do que nos agride emocional ou fisicamente.
Mas, e a decisão com isso???? Ela não ta nem aí se você tem medo, se você acha que não é o momento ou se você acha que talvez não precise decidir, ela bateu aí na tua porta e quer entrar, e ela diz: “baby, é a hora, ‘se vira’ e decida”... ahhhh como isso é sádico, inconveniente, mas ao mesmo tempo, tão necessário.
Todos nós temos momentos de organização pessoal, ou seja, de tomarmos decisões, de fechar a porta da vida social, diminuir as ligações atendidas, aumentar o número de banhos (para os que se acalmam com esta prática), aumentar a quantidade do movimento das pernas (para os que possuem tique nervoso), enfim, se fechar por um tempo e colocar tudo em seu lugar, vida emocional, profissional, dinâmica de vida e o que a gente espera da vida daquele momento e depois dele, no FUTURO. O que nos estimula a isso é o que estas decisões nos trarão de benefícios à longo prazo. Neste período a decisão já sentou na tua cama, está completamente acomodada e se sentindo literalmente ‘em casa’ e para na tua frente e pergunta: “qual vai ser agora? O que você pretende, vamos começar por onde?”; aí que o ‘bicho pega’, e daí aparecem duas maneiras de lidar com este questionamento (na verdade com este empurrão contra a parede, uma super pressão). Uma delas é quando o indivíduo (no caso nós) finge que não é com ele, dá uma ‘proteladinha’ básica, e inventa que precisa fazer uma caminhada, um curso novo, deixa quieto, vai assistir um filme e tira a pressão da cabeça; para estes, a decisão gargalha, e diz “não vou embora não, eu espero, aprendi isso, mas também me canso e cobro” dá mais uma assustada, mas ainda é melhor ficar com o filminho. A segunda maneira é aquela que as pessoas encaram e surtam, literalmente (todos temos formar de surtos diferentes, alguns mansos quietos, outros histéricos, enfim, não os citarei), ficam com receio da decisão, mas começam o processo de avaliar e avaliar e é lógico que nas primeiras avaliações não obterão resposta alguma, nem mesmo saberão o que fazer e se sentirão confusas, medíocres e absolutamente sem vontade de sair da cama no dia seguinte (por motivo de explicação, não sair da cama porque é exaustivo demais parar e reavaliar tudo), mas mesmo assim a DECISÃO não é tão queridinha quanto a nossa mãe, ela não cede, ela fica esperando e encarando. Aí começa um ciclo novo, começa a se rever coisas e colocar um peso diferente em cada uma delas, é quando começa a vir uma luzinha bem distante que sussurra no teu ouvido ‘ta doendo, mas segue em frente, está no caminho’, você continua, reformula e enfim, decide, e ufaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, como é bom chegar a este ponto de decidir, estar com tudo decidido nos mínimos detalhes, e então seguir em frente com novas perspectivas, novos desafios e uma maneira diferente de ver e se portar diante de algumas coisas.
É claro que depois de tomarmos decisões, vem às reações destas, algumas boas, outras nem tanto, mas aos poucos elas vão entrando nos eixos e se encaixando de forma coerente. E então é a hora de abrir a porta, as janelas, aumentar a música e ir além, ta decidido, então, hora de seguir em frente! Hora de pagar o preço pelo que se decidiu, pelo que se organizou e viver até que tudo comece outra vez, porque sempre teremos momentos de reorganização.
Este texto foi escrito num impulso, sobre um assunto que acho muito importante, e principalmente, assustador a todos, então, moral da história????? DECIDIR É CRUEL, DURO, DÓI, MAS RECONSTRÓI, TRANSFORMA E TRAZ MELHORIAS (algumas conseqüências também, como tudo na vida). Não adianta protelar, a cobrança vai acontecer mais cedo ou mais tarde, então, melhor encarar e seguir... digere rapidinho e vamos embora, que o mundo não para.



